quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Conheça o HDR

HDR (High Dynamic Range ou Grande Alcance Dinâmico) é utilizado tanto em jogos e animações digitais como na fotografia.

A intenção do HDR é representar precisamente os detalhes nas imagens, desde as áreas mais claras, que podem estar iluminadas diretamente por uma forte luz, até áreas mais escuras, em sombras. O "dynamic range" pode ser expresso como uma razão, sendo que o olho humano é capaz de ver em uma escala de 10.000:1 e uma câmera digital pode capturar uma cena com cerca de 1.000:1. Assim, precebe-se que o olho humano é capaz de ver um range de claridadess muito maior que uma máquina fotográfica. O incrível é que em uma cena, como por exemplo um quarto escuro com a luz do sol entrando pela janela, pode ter uma escala de range tão grande como 100.000:1!

Então teríamos que fazer uma escolha: poderíamos conseguir uma exposição correta para as áreas mais claras, consequentemente deixando as áreas escuras subexpostas, em total escuridão, ou poderíamos expor corretamente as áreas escuras, consequentemente superexpondo as áreas claras. Em ambos os casos, estaríamos perdendo totalmente os detalhes de uma ou outra parte de cena.

É nestas situações que o HDR pode ser um recurso muito útil, nos permitindo expor corretamente todas as áreas da cena!



Como eu tiro uma fotografia em HDR?

Na fotografia, utilizamos esta técnica mesclando de 3 a 7 fotos do mesmo assunto usando valores de exposição diferentes, cada uma com a perfeita exposição de cada nível de claridade e um com a exposição média de toda a cena. A forma como a ajustamos é um fator crítico: se mantida a velocidade do obturador constante e ajustada a abertura do diafragma, isto nos daria profundidades de campo variadas (o que é indesejável, pois queremos que todas as fotos pareçam a mesma, variando apenas a exposição e nada mais).

Poderíamos variar a sensibilidade ISO, mas quanto maior seu valor mais ruído teremos. Queremos fotos com menos ruído possível, pois estes se multiplicam na geração do HDR já que este é um processo aditivo de imagens. Então nos resta apenas uma escolha: alterar a velocidade do obturador.

Desta forma, antes de começar a capturar a cena com diferentes exposições, siga as seguintes dicas:

- Use um tripé, pois até mesmo um mísero movimento na câmera entre as diferentes exposições poderá ser vista depois.

- Escolha um valor de ISO e uma abertura do diafragma e mantenha-os fixos, ajustando a exposição apenas pelo tempo de exposição, como já mencionado.

- Objetos se movendo aparecerão como "fantasmas" na imagem final, então tenha certeza de que não há carros ou pessoas se movendo ao fundo.


Algumas câmeras possuem o recurso Auto Braketing, onde é possível se capturar 3 imagens com um único click. Determinando uma variação de EV, ou "exposure value" (como -2 / 0 / +2) e colocando no modo AV, a câmera faz todo o trabalho, alterando automaticamente a velocidade do obturador entre uma foto e outra. Na maioria dos casos 3 exposições diferentes com variações de EV de 2 em 2 é o necessário, mas se você quiser uma aparência mais realista no resultado final, pode obter 5 exposições com variações de EV de 1 em 1.

Se sua máquina possibilitar, prefira fotografar em RAW ou TIFF, pois estes formatos têm 16-Bits por canal de cor RGB (ou 48-bits por pixel), dando-nos cerca de 64 mil diferentes níveis de informação. Podemos usar JPEG? Sim, mas desde que este tem apenas 8-bits, nos entrega somente 255 diferentes níveis de informação.



Mesclando as fotos

Tendo as imagens disponívels no computador, precisamos mesclá-las utilizando algum programa. Há diversos específicos para isto, mas neste tutorial usaremos o Photomatix, que tem algumas funções automatizadas e é mais simples de se usar. Sua versão gratuita pode ser encontrada no Baixaki para download.

Primeiro passo

No programa, clique no menu HDR > Generate. A seguinte janela irá abrir, clique em "Browse", selecionando então todas as fotos. Após selecioná-las, clique em "OK" para abri-las, e novamente em "OK" para prosseguir.





A seguinte janela se abrirá. Mantenha a opção "Align source images" marcada, pois isto automaticament corrigirá pequenos desalinhamentos entre as imagens devido a algum eventual pequeno movimento da câmera na hora de tirar as fotos. Caso a cena possua alguma pessoa ou objeto que tenha se movimentado entre uma foto e outra, marque a opção "Attempt to reduce ghosting artifacts" para diminuir as chances de haver "fantasmas" na imagem final. Clique em "OK".



Segundo passo
Arquivos HDR contém mais informação que o seu monitor é capaz de mostrar, então não se preocupe se sua imagem parecer estranha, pois é neste momento que utilizaremos o Tone Mapping. Clique no menu HDR > Tone Mapping. A seguinte janela se abrirá:


Nesta janela há diversos slides e configurações a se fazer. Movendo-se um a um, devemos ir aplicando os efeitos conforme o nosso gosto. Dependendo da imagem, é preciso paciência, pois pode demorar algum tempo até que a imagem fique do geito que você quer. Antes de começar, lembre-se de apertar o botão "Default" para resetar todos os slides para o estado inicial, pois o programa os mantém de acordo com as configurações usadas na última imagem HDR que você tenha gerado.
Terceiro passo
Assim que você estiver satisfeito com os resultados, deixe selecionado a opção "8-bit" caso for salvar em JPEG ou "16-bit" caso queira salvar em TIFF, e clique em "OK", ou "Process", dependendo da versão de seu programa. A imagem final será exibida na tela, pronta para ser salva. Clique no menu File > Save as, e escolha o formato desejado (lembre-se de que se manter selecionado a opção "16-bit", você não poderá salvá-la em JPEG).
Pronto, seu HDR está pronto! Caso seja necessário mais algum tratamento, você pode utilizar o Photoshop pra retoques finais.
Confira alguns exemplos de belos HDR:






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